Para o nosso encontro pré carnavalesco:
No site http://veja.abril.com.br/blog/todoprosa/vida-literaria/pequena-antologia-online-contos-brasileiros-de-carnaval achei umas sugestões de contos de carnaval.
Se vocês forem no endereço poderão baixar os contos e escolherem algum, ou todos, para , um dos quais o site sugere. Acescentei abaixo dois contos do Rubem BragaEle se refere a um conto do Rubem Braga, que diz não ter on line, eu achei na internet e copiei abaixo.
Os contos sugeridos são:
1. João do Rio: O bebê de tarlatana rosa, incluído em “Os cem melhores contos brasileiros do século” (Objetiva).
2. Clarice Lispector: Restos do carnaval, de “Felicidade clandestina” (Rocco).
3. Aníbal Machado: A morte da porta-estandarte, do livro de mesmo nome (José Olympio).
4. Lygia Fagundes Telles: Antes do baile verde, do livro de mesmo nome (Companhia das Letras).
5. Rubem Fonseca: trecho de Fevereiro ou março, de “Os prisioneiros” (Agir).
6. Sérgio Rodrigues: A máscara, ainda inédito em livro.
"O MORRO NÃO É DOS MALANDROS” - Rubem Braga (1936)
Em qualquer morro do Rio já se ouve, hoje, um ronco, um barulho de tambor
surdo, uma voz cantando uma coisa esquisita. Há qualquer coisa lá por cima e
não é sem tempo. Eles estão se preparando, estão começando a se preparar. Os
exércitos do samba fazem os primeiros exercícios antes de marchar sobre a
cidade. Lá vem samba.
surdo, uma voz cantando uma coisa esquisita. Há qualquer coisa lá por cima e
não é sem tempo. Eles estão se preparando, estão começando a se preparar. Os
exércitos do samba fazem os primeiros exercícios antes de marchar sobre a
cidade. Lá vem samba.
É preciso gostar do samba e para gostar do samba é preciso conhecer o samba.
Porque a verdade é que muita gente não gosta das mesmas condições. Está visto
que há samba e há samba. Do partido alto e do partido baixo. E de muitas
variedades. É provar. Não é decente falar em samba sem falar em Noel Rosa.
Ele faz sambinha repinicado, desses que se podem cantar com o auxílio de uma
caixa de fósforos. Mas faz também o outro samba, o samba alto, o samba para a
multidão mestiça chorar, o grande samba.
Porque a verdade é que muita gente não gosta das mesmas condições. Está visto
que há samba e há samba. Do partido alto e do partido baixo. E de muitas
variedades. É provar. Não é decente falar em samba sem falar em Noel Rosa.
Ele faz sambinha repinicado, desses que se podem cantar com o auxílio de uma
caixa de fósforos. Mas faz também o outro samba, o samba alto, o samba para a
multidão mestiça chorar, o grande samba.
Para gostar desse grande samba não é preciso achar que ópera é música para boi
dormir, como definiu um meu amigo. Um sujeito que gosta de ópera e não gosta
de um samba de Cartola, da Estação Primeira do Morro de Mangueira, é um
sujeito que não gosta propriamente de ópera, gosta apenas do Teatro
Municipal. Não convém esperar que um samba de Cartola chegue a ser conhecido
por uma cantora qualquer que o vá ganir pelo microfone de qualquer PR. O
melhor é tomar um ônibus Méier, descer ali na rua São Francisco Xavier,
atravessar o viaduto e subir o morro. Aí, sim. Um samba é um samba, é
qualquer coisa de muito.
dormir, como definiu um meu amigo. Um sujeito que gosta de ópera e não gosta
de um samba de Cartola, da Estação Primeira do Morro de Mangueira, é um
sujeito que não gosta propriamente de ópera, gosta apenas do Teatro
Municipal. Não convém esperar que um samba de Cartola chegue a ser conhecido
por uma cantora qualquer que o vá ganir pelo microfone de qualquer PR. O
melhor é tomar um ônibus Méier, descer ali na rua São Francisco Xavier,
atravessar o viaduto e subir o morro. Aí, sim. Um samba é um samba, é
qualquer coisa de muito.
Não é só na Mangueira. Em qualquer morro e mesmo em qualquer canto pobre da
cidade. Houve um tempo em que só se falava em Favela. Hoje o samba se
espalhou. Há um por aí que canta as glórias do morro de São Carlos: "No morro
de São Carlos / Tive um trono / As negras me velavam o sono / Numa corte
imperial."
cidade. Houve um tempo em que só se falava em Favela. Hoje o samba se
espalhou. Há um por aí que canta as glórias do morro de São Carlos: "No morro
de São Carlos / Tive um trono / As negras me velavam o sono / Numa corte
imperial."
E o cantor compara a mulata que fugiu a Maria Antonieta, "fazendo muita
falseta," e ele mesmo a um rei Capeto abandonado que acaba infeliz,
guilhotinado pela saudade da referida senhora.
falseta," e ele mesmo a um rei Capeto abandonado que acaba infeliz,
guilhotinado pela saudade da referida senhora.
Mas se eu citei Cartola é porque nele se encontra um sentimento tão profundo e
primitivo que a letra de repente nem quer dizer nada e acaba dizendo coisa
como diabo. Ele é talvez melhor que o famoso Paulo da Portela e o samba
parece mais puro. Reparem só nessa letra: "Semente de amor eu sei que sou /
Desde a nascença / Mas sem ter vida e fulgor / É minha sentença."
primitivo que a letra de repente nem quer dizer nada e acaba dizendo coisa
como diabo. Ele é talvez melhor que o famoso Paulo da Portela e o samba
parece mais puro. Reparem só nessa letra: "Semente de amor eu sei que sou /
Desde a nascença / Mas sem ter vida e fulgor / É minha sentença."
Isso na voz de negro, entre o coro das mulatas, é qualquer coisa de fundo, de
triste, de uma desgraça preta mesma, preta como o soluço de uma cuíca.
triste, de uma desgraça preta mesma, preta como o soluço de uma cuíca.
Mas parece que estou estragando o samba, transcrevendo assim um pedacinho sem
música, sem a voz, sem os surdos, as cuícas, os tamborins, as mulatas, o
morro...
música, sem a voz, sem os surdos, as cuícas, os tamborins, as mulatas, o
morro...
Só indo lá mesmo. E é preciso acabar de uma vez essa história de que morro é
terra de malandro. Eu, que já fui várias vezes a vários morros e já morei
vários meses em Copacabana, sou capaz de jurar que nos apartamentos da areia
há mais malandros que nas casinhas de lata velha lá de cima. A grande maioria
da população do morro é de trabalhadores, sujeitos que pegam no duro todo
dia, que vivem suando. A malandragem existe mais no samba que na realidade.
terra de malandro. Eu, que já fui várias vezes a vários morros e já morei
vários meses em Copacabana, sou capaz de jurar que nos apartamentos da areia
há mais malandros que nas casinhas de lata velha lá de cima. A grande maioria
da população do morro é de trabalhadores, sujeitos que pegam no duro todo
dia, que vivem suando. A malandragem existe mais no samba que na realidade.
O batente é o mais comum. Malandros não teriam, por exemplo, capacidade para
organizar uma escola de samba. Para isso é preciso ter o espírito, a
disciplina, a força de vontade de um trabalhador. E os morros estão cheios de
escolas onde pode haver cachaça, mas há muita alegria, bastante respeito e,
às vezes, uma disciplina quase militar. Já esse nome de escola implica uma
idéia de hierarquia, de cooperação, de ordem, de método de que um verdadeiro
malandro não é absolutamente capaz.
organizar uma escola de samba. Para isso é preciso ter o espírito, a
disciplina, a força de vontade de um trabalhador. E os morros estão cheios de
escolas onde pode haver cachaça, mas há muita alegria, bastante respeito e,
às vezes, uma disciplina quase militar. Já esse nome de escola implica uma
idéia de hierarquia, de cooperação, de ordem, de método de que um verdadeiro
malandro não é absolutamente capaz.
Quando falo que nas escolas de samba há muita alegria, não quero que se
confunda alegria com bagunça. Ali não há cerimônia, mas também não há gandaia
solta. E de resto ninguém pode esquecer a função quase religiosa que o samba
tem no morro. Uma religião sem Deus, mas com sacerdotes, noviças, rito,
tristeza, esperança. Mesmo porque não é preciso ser campeão de folclore para
sentir como o samba recebeu e ajeitou a fluência de certas orações de
macumba.
confunda alegria com bagunça. Ali não há cerimônia, mas também não há gandaia
solta. E de resto ninguém pode esquecer a função quase religiosa que o samba
tem no morro. Uma religião sem Deus, mas com sacerdotes, noviças, rito,
tristeza, esperança. Mesmo porque não é preciso ser campeão de folclore para
sentir como o samba recebeu e ajeitou a fluência de certas orações de
macumba.
O cavalheiro que se dispõe a ir a um morro, mesmo com a sua senhora, irmã,
noiva, namorada, tia ou bisavó, não necessita levar uma boa metralhadora nem
mesmo uma pistola de gás lacrimogêneo. A sua bolsa e a sua mulher não correm
tanto perigo. A sua mulher, pelo menos, na sua descida do morro lhe dirá que
foi tratada infinitamente com mais respeito do que quando passava pela
Avenida, sábado de tarde.
noiva, namorada, tia ou bisavó, não necessita levar uma boa metralhadora nem
mesmo uma pistola de gás lacrimogêneo. A sua bolsa e a sua mulher não correm
tanto perigo. A sua mulher, pelo menos, na sua descida do morro lhe dirá que
foi tratada infinitamente com mais respeito do que quando passava pela
Avenida, sábado de tarde.
Um amigo meu foi há tempos a um morro. Havia bebido demais e no fim da festa
estava naquele estado em que tudo gira e se confunde em torno de nós, e, mais
ainda, dentro de nós. Em pleno caos alcoólico, meu amigo deixou de saber o
que estava fazendo. Acordou no dia seguinte numa cama ao lado de um mulato de
uma mulata que o haviam rebocado até ali por caridade e ainda lhe deram café
e dinheiro para o ônibus que o conduziria aos seu luxuoso apartamento de
Ipanema.
estava naquele estado em que tudo gira e se confunde em torno de nós, e, mais
ainda, dentro de nós. Em pleno caos alcoólico, meu amigo deixou de saber o
que estava fazendo. Acordou no dia seguinte numa cama ao lado de um mulato de
uma mulata que o haviam rebocado até ali por caridade e ainda lhe deram café
e dinheiro para o ônibus que o conduziria aos seu luxuoso apartamento de
Ipanema.
Vamos, portanto, para o morro ouvir as primeiras cuícas do carnaval do ano
que vem. Não precisamos levar armas. Levemos ouvido e coração, para ouvir e
para sentir. Não aprenderemos música. Mas sentiremos coisas que são tristes e
belas e que é bom sentir. Aprenderemos sentimento.
que vem. Não precisamos levar armas. Levemos ouvido e coração, para ouvir e
para sentir. Não aprenderemos música. Mas sentiremos coisas que são tristes e
belas e que é bom sentir. Aprenderemos sentimento.
Pesquisado em 18/01/2012 http://www.mail-archive.com/tribuna@samba-choro.com.br/msg41955.html
BATALHA NO LARGO DO MACHADO – Rubem Braga – fevereiro 1935
Como vos apertais, operários em construção civil, empregados em padarias, engraxates, jornaleiros, lavadeiras, cozinheiras, mulatas, pretas, caboclas, massa torpe e enorme, como vos apertais! E como a vossa marcação é dura e triste! E sobre essa marcação dura a voz do samba se alastra rasgada:
“Implorar Só a Deus.
Mesmo assim às vezes não sou atendido.”
Eu amei... “
É um profundo samba orfeônico para as amplas massas. As amplas massas imploram. As implorações não serão atendidas. As amplas massas amaram. As amplas massas hoje estão arrependidas. Mas amanhã outra vez as amplas massas amarão... As amplas massas agora batucam... Tudo avança batucando. O batuque é uniforme. Porém dentro dele há variações bruscas, sapateios duros, reviramentos tortos de corpos no apertado. Tudo contribui para a riqueza interior e intensa do batuque. Uma jovem mulata gorducha pintou-se bigodes com rolha queimada. Como as vozes se abrem espremidas e desiguais, rachadas, ritmadas, e rebentam, machos e fêmeas, muito para cima dos fios elétricos, perante os bondes paralisados, chorando, altas, desesperadas! Como essas estragadas vozes mulatas estalam e se arrastam no ar, se partem dentro das gargantas vermelhas. Os tambores surdos fazem o mundo tremerem uma cadência negra, absoluta. E no fundo a cuíca geme e ronca, nos puxões da mão negra. As negras estão absolutas com seus corpos no batuque. Vede que vasto crioulo que tem um paletó que já foi dólmã de soldado do Exército Nacional, tem gorro vermelho, calça de casemira arregaçada para cima do joelho, botinas sem melas, e um guarda-chuva preto rasgado, a boca berrando, o suor suando. Como são desgraçados e puros, e aquela negra de papelotes azuis canta como se fosse morrer. Os ranchos se chocam, berrando, se rebentam, se misturam, se formam em torno do surdo de barril, à base de cuícas, tamborins e pandeiros que batem e tremem eternamente. Mas cada rancho é um íntegro, apenas os cordões se dissolvem e se reformam sem cessar, e os blocos se bloqueiam. Meninas mulatas, e mulatinhas impúberes e púberes, e moças mulatas e mulatas maduras, e maduronas, e estragadas mulatas gordas. Morram as raças puras, morríssimam elas! Vede tais olhos ingênuos, tais bocas de largos beiços puros, tais corpos de bronze que é brasa, e testas, e braços, e pernas escuras, que mil escalas de mulatas! Vozes de mulatas, cantai, condenadas, implorai, implorai, só a Deus, nem a Deus, à noite escura arrependidas. Pudesse um grande sol se abrir no céu da noite, mas sem deturpar nem iluminar a noite, apenas se iluminando, e ardendo, como uma grande estrela do tamanho de três luas pegando fogo, cuspindo fogo, no meio da noite! Pudesse esse astro terrível chispar, mulatas, sobre vossas cabeças que batucam no batuque. O apito comanda, e no meio do cordão vai um senhor magro, pobre, louro, que leva no colo uma criança que berra, e ele canta também com uma voz que ninguém pode ouvir. As caboclas de cabelos pesados na testa suada, com os corpos de seios grandes e duros, caboclos, marcando o batuque. Os negros e mulatos inumeráveis, de macacão, de camisetas de seda de mulher, de capa de gabardine apenas, chapéus de palha, cartolas, caras com vermelhão. Batucam! Vai se formar uma briga feia, mas o cordão berrando o samba corta a briga, o homem fantasia do de cavalo dá um coice no soldado e o cordão empurra e ensurdece os briguentos, e tudo roda dentro do samba. Olha a clarineta quebrada, o cavaquinho oprimido, o violão que ficou surdo e mudo, e que acabou rebentando as cordas sem se fazer ouvir pelo povo e se mudando em caixa, o pau batendo no pau, o chocalho de lata, o tambor marcando, o apito comandando, os estandartes dançando, o bodum pesando. Mas que coisa alegre de repente nesses sons pesados e negros, uma sanfoninha cujos sons tremem vivos, nas mãos de um moleque que possui um olho furado. Juro que iam dois aleijados de pernas de pau no meio do bloco, batendo no asfalto as pernas de pau. Com que forças e suores e palavrões de barqueiros do Volga esses homens imundos esticam a corda defendendo o território sagrado e móvel do povo glorioso da escola de samba na Praia Funda! No espaço conquistado as mulatas vestidas de papel verde e amarelo, barretes brancos berram prazenteiras e graves, segurando arcos triunfais individuais de flores vermelhas. Que massa de meninos no rabo do cortejo, meninos de oito anos, nove, dez, que jamais perdem a cadência, concebidos e gerados e crescidos no batuque, que batucarão até morrer! De repente o lugar em que estais enche demais, o suor negro e o soluço preto inundam o mundo, as caras passam na vossa cara, os braços das que batucam espremem vossos braços, as gargantas que cantam exigem de vossa garganta o canto da igualdade, liberdade, fraternidade. De repente em redor o asfalto se esvazia e os sambas se afastam em torno, e vedes o tão molhado, e ficais tristes, tendes vontade de chorar de desespero. Mas outra vez, não para nunca, a massa envolve tudo. Pequenos cordões que cantam marchinhas esgoeladas correm empurrando, varando t massa densa e ardente, e no coreto os clarins da banda militar estalam. Febrônio fugiu do Manicômio no chuvoso dia de sexta-feira, 8 de fevereiro de 1935... Foi preso no dia 9 à tarde. Neste dia de domingo, 10 de fevereiro pela manhã, o Diário de Notícia, publica na primeira página da segunda seção “A sensacional fuga de Febrônio, do Manicômio Judiciário, onde se achava recolhido, desde 1927,constitui um verdadeiro pavor para a população carioca. A sua prisão, ocorrida na tarde de ontem, veio trazer a tranqüilidade ao espírito de todos, inclusive ao das autoridades que o procuravam. Que repórter alarmado! Injuriou, meus senhores, o povo e as autoridades. Encostai-vos nas paredes, população! Mas eis que na noite do dia chuvoso de domingo, 10 de fevereiro, ouvimos
“Bicho Papão
Bicho Papão
Cuidado com o Febrônio
Que fugiu da Detenção..."
Isso ouvimos no Largo do Machado, e eis que o nosso amigo Miguel, que preferiu ir batucar em Dona Zulmira, lá também ouviu, naquele canto glorioso de Andaraí, a mesma coisa. Como se esparrama pelas massas da cidade esparramada essa improvisação deum dia? As patas inumeráveis batem no asfalto com desespero. O asfalto porventura não é vosso eito, escravos urbanos e suburbanos? A cuíca ronca, ronca, estomacal, horrível, é um ronco que é um soluço, e eu também soluço e canto, e vos também fortemente cantais bem desentoados com, este mundo. A cuíca ronca no fundo da massa escura, dos agarramentos suados, do batuque pesadão, do bodum. O asfalto está molhado nesta noite do chuvoso domingo. Ameaça chuva, um trovão troveja. , cuíca de São Pedro também está roncando. O céu também sente fome, também ronca e soluça e sua de amargura. Nesta mormacenta segunda-feira, 11 de fevereiro, um Jornal diz que “a batalha de confete do Largo do Machado esteve brilhantíssima". Repórter cretiníssimo, sabei que não houve lá nenhum só miserável confete. O povo não gastou nada, exceto gargantas, e dores e almas, que não custam dinheiro. Eis que ali houve, e eu vi, uma batalha de roncos e soluços, e ali se prepararam batalhões para o Carnaval - nunca jamais “a grande festa do Rei Momo" - porém a grande insurreição armada de soluços.
Pesquisado em 18/01/2012 em http://www.amadeuw.com.br/livro.php?c=47&id=717&t=200+Cronicas+Escolhidas&pagina=4#texto
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